Esquecer é andar entre destroços
Que além se multiplicam,
Sem reparar na lividez dos ossos
Nem nas cinzas que ficam...
Cruz e Sousa
Plácido esquecimento férreo
Dor poente dos olhos lacrimosos
De alma dolente, enferma
Esperando solene extrema-unção
Ou algum tipo de última beleza.
Esquecimento: olvida-te de mim
Deixe-me ser eterno nos braços
Tépidos da memória de diafaneidades.
Olvida-me e queda-te em outros tantos
Pois sou só mais um poeta
E todos nós somos
Naturalmente
Destinados a ti.
Esquecimento...
Esfriamento da carne crua e morna...
Cimento do tempo...
Que enterra e cauteriza todos nós.
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