O
que pensa o morto que é banhado pelo homem?
Que
segredos trocam? Que palavras compartilham?
Precisa
o morto de tamanha vaidade?
Ser
limpo e vestido com tamanha elegância?
(Será
tudo isso coisa do homem, do morto
Ou
pura exigência da fria sepultura?!)
Sepultura
que só guarda em teu útero estéril
Coisas
limpas e bem vestidas, afinal, dela
Não
nasce nada, nem morto nem alma.
Não
importa a razão final das coisas
Tudo
é cíclico, hoje, o homem vivo
Banha
o morto do momento, daqui a pouco,
Será
outro morto, depois, o homem que banha
Será o próprio morto e outro homem vivo o banhará.
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