terça-feira, 2 de maio de 2017

POESIA - NINGUÉNS - THIAGO LUCARINI



Eu já não sei dos segredos das flores,
Dos perfumes, das cores, eu não sou ninguém.

O morto passado do ponto é um homem
Que não morde, pois suas palavras são ninguém.

O pássaro que fia no canto a manhã
É construtor do universo, seus espectadores são ninguéns.

As estrelas altivas no noturno brilham
Iluminando uma constelação de ninguéns.

A chuva feita de gotas nubladas
Molha os vagos sonhos de ninguéns.

A poesia recria o universo da alma
E o poeta dissolvido faz-se ninguém.

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