Eu já não sei dos segredos das flores,
Dos perfumes, das cores, eu não sou ninguém.
O morto passado do ponto é um homem
Que não morde, pois suas palavras são ninguém.
O pássaro que fia no canto a manhã
É construtor do universo, seus espectadores são
ninguéns.
As estrelas altivas no noturno brilham
Iluminando uma constelação de ninguéns.
A chuva feita de gotas nubladas
Molha os vagos sonhos de ninguéns.
A poesia recria o universo da alma
E o poeta dissolvido faz-se ninguém.
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