segunda-feira, 2 de março de 2015

POESIA - DISCURSO DO DERROTISTA - JOÃO BERNARDO HOFFMAN


Lamentações intermináveis
Lamúrias sobem em oração
A fumaça vela a covardia
Na derrota não há nada a temer
O fim solene chegou
Para o soldado vencido.
Ao receber a lástima da espada
Queixou-se pela última vez:
— Nunca tive chance alguma.
Ferida mortal o levou
Bebeu suas lágrimas amargas
Findou o seu discurso

E morreu como um autêntico derrotado.

2 comentários:

  1. Poesia boa é assim, mexe com o leitor como se o leitor a tivesse escrito.

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  2. Grato Nill um elogio seu é um presente. Abraços.

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