Creio que de fato nunca existam
inocentes. Como se indignam com a imoralidade múltipla e inumerosa, enquanto
chafurdam-se na lama (pais omissos, religiões às avessas, racionalidade zero) é
tão fácil culpar, apontar o dedo e esconder o próprio rabo no rabo. Fique
claro: que isso não é uma defensa ou posicionamento favorável, apenas um
pensamento, descartável e inútil, afinal, só vejo culpados, incluindo eu.
Somos filhos de um país de terceirização
da culpa, não se pode ver a novela, o filme, o desenho animado, não se deve
sair à noite, não falte ao culto, não isso, não aquilo, para onde irá a nossa
boa educação? Pra começo de conversa se houvesse mesmo existido uma boa
educação não haveria tal preocupação. Mas jogam a responsabilidade de educar na
escola, das agruras da vida em Deus, da ignorância em ambos, ausentando os
únicos responsáveis de legitimidade. Desta forma, alimenta-se o ódio, o medo, a
hipocrisia, pois desde o início não seguramos as rédeas que nos é devida, erramos
ao julgarmo-nos senhores absolutos da razão, resta-nos a saída estratégica pela
tangente CULPAR: emissoras, o cinema, a novela, o teatro, partidos, o vizinho,
Deus, o diabo, o outro, e somente o outro. A arena foi montada, seu assento reservado,
começa a ascensão babilônica da ignorância compactuada e aplaudida na crueza de
coração. O espinho da carne humana.
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