Eu andava pelas cinzas do
que restou do barracão. Tijolos enegrecidos pelo fogo pareciam olhos atentos a
me observar, mas não podiam me julgar, não há condenação maior do que aquela
dentro de mim. Fumaça sobe do rescaldo, eu sinto frio apesar do calor residual.
Os moveis são esqueletos de toda uma vida deposta, a casa agora é um caixão
selado em ruínas, altar do medo infantil do escuro. Meus pés vacilam ante toda
a cena. Não tenho lágrimas suficientes para apagar a memória. Eu não devia ter
deixado a vela acessa junto aos anjos levados de mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário