Minha cabeça doía e
latejava, minhas mãos tremiam, tudo efeito da abstinência do cigarro. Não posso
nem devo voltar a fumar, pois eu vi o horror do vício que me consumia. Na noite
do dia em que tomei a decisão de parar de fumar, eu acordei de madrugada e ao
lado da minha cama estava um ser velho e encurvado, parecia feito de alcatrão,
com olhos acesos como guimbas de cigarro que iluminavam seu rosto cadavérico. O
Vício mascava tabaco, saliva escura de fumo escorria por sua boca murcha e caía
diretamente sobre a minha. O Vício me
observa como um mau agouro, mas ele está enfraquecendo, e assim continuará até
eu apagá-lo de vez.
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