Naquela semana Maykon havia
recebido o pedido ridículo de um pseudo-escritor de horror. Sua escrita era ruim
e enfadonha, suas descrições eram infantis e caricatas, por vezes, Maykon se
pegou rindo daquilo que supostamente deveria assustar. O designer tentava dar
ordem aos seus rabiscos, mas nada aceitável saía do seu rascunho. Foi até o
banheiro e jogou um pouco de água na cara. Sentou-se novamente em frente ao seu
computador, notou que faltava algo no esboço deixado aberto. Havia um recorte
em branco sobre o monstro que ele criava. Ainda em meio à confusão e cansaço,
Maykon sentiu um toque frio nas suas costas. Pelo reflexo da tela, viu uma
massa escura e sem forma parada atrás dele. Tremeu. A ilustração inacabada foi
se moldando, assumindo a forma de Maykon. Sem dar tempo para reação, a criatura
moldou seus braços em duas pontas de lápis e atravessou Maykon, que arquejou de
dor e cuspiu sangue. E então, o impostor, o empurrou através da tela do
computador.
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