Aquele seria seu
último São João. Lamentou, amargamente, ter feito a brincadeira idiota de
invocar a Boneca-de-milho, uma entidade sádica e cruel, que caçava suas
vítimas, até o último grito. Sua irmã, Elis a alertou do perigo. No meio da
festa, Eloanne esbarrava num e noutro, reconheceu rostos familiares e outros tantos
estranhos. E pior, viu a Boneca-de-milho, ela tinha uma aparência infantil e
carunchosa, porém era um ser infernal e ancião. Usava um vestido feito da palha
de milho. Não possuía um dos olhos, no lugar havia uma rodela de espiga de
milho. Eloanne deixou sua pamonha cair ao vê-la e começou a correr entre a
multidão, que por vezes, reclamava. Sem fôlego e desesperada, parou por um
instante, e odiou ser sedentária. Em meio àquelas pessoas, sentiu duas mãos
frias agarrar suas pernas. Um portal escuro cobria o chão a sua volta e dele
emergia parte da Boneca-de-milho. Mesmo cercada por uma multidão, ninguém
escutou os gritos de Eloanne ao ser arrastada para o submundo. Elis, longe
dali, chorou sem saber o porquê.
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