sexta-feira, 24 de abril de 2015

POESIA - A CASA DA VÓ - THIAGO LUCARINI



                           A Alvira Ribeiro de Meneses
                                            e
                           Thayane Meneses da Silva.

Visita vespertina
Repentina e rápida
A casa da vó
Um sorriso sincero, radiante
Ao ver a neta chegada.

Vó sentada na mureta
A sombra da jabuticabeira
Olhando seu quintal de terra batida
E suas plantas silentes:
Pé de erva cidreira
Limoeiro
Figueira repleta de figos
Aonde pequenos micos vêm comer.

O vô grita:
— Pegue um figo.
A vó retruca:
— Deixe os figos pros micos cume.
Depois de acertada os figos dos micos,
Vão sentar-se a sombra da área arejada.

A vó faz café, naquela tarde de sol
Café passado, coado, servido
Em copos de vidros, com sorrisos.
E olha que o café nem era
O mais gostoso daquele momento
O mais gostoso mesmo
Era o amor
Naquela casa de vó
Com sua figueira
E micos famintos.

Um até logo, beijo na serena neta
Se finda outra visita
A vó fica com olhos molhados
Esperando a volta
Dos micos
Da figueira
Da neta.

Guardada pelo olhar da avó
A neta contente vai subindo a rua
E pensa:
“Vó, pessoas como à senhora deviam ser eternas”.

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