segunda-feira, 18 de março de 2019

CRÔNICA - ESCOLA NA MIRA - THIAGO LUCARINI



A escola pública exerce vários papéis e suas funções mudaram ao longo do tempo, de acordo, com interesses políticos e as necessidades do mercado. A escola enquanto instituição social sempre teve fulcral importância na formação, aprimoramento e construção de indivíduos, e apesar das boas intenções de boa parte dos seus agentes educativos, a escola, é um espaço com sérias falhas em alicerçar o pensamento crítico, a autonomia e a cidadania.
A escola pública morre a míngua, professores fazem o que podem com prédios sucateados, escassez de material, salas lotadas, alunos desinteressados, remuneração inadequada, falta de inovação e baixo investimento do próprio sistema gerencial (município, Estado e Federação), períodos de trabalho exaustivo, competindo com um mundo muito mais interessante e promissor do lado de fora dos muros e que ilusoriamente finge não exigir tanto esforço. A aprendizagem para muitos alunos perdeu o sentido de mudança neste tempo midiático e instantâneo, deixou de ser uma ponte para melhores condições, sorvendo aspectos puramente assistencialistas, de depósito, de ridicularizarão e sem propósito, fatores que acarretam em profundos problemas.
Como se não bastasse, a escola refém agora é o alvo de expurgo dos novos e antigos demônios internos habilitados e dotados da capacidade de cometer graves injúrias contra a integridade física e emocional dos ali inseridos. A escola, teoricamente, deveria dispor à comunidade cidadãos esclarecidas e capazes de mudar seu meio, porém, devido a sua situação constrangedora e enferma, ao invés, de ser austero pilar é pálido espectro que mal se sustenta, e que regressa a si a partir do seio igualmente doente da sociedade: indivíduos sem razão especifica, maltratados ou mal diagnosticados enquanto estiveram no seu cerne, para matar futuros, professores, o mal em si.
A escola pública poderia ser alvo para objetivos de vida, contudo, sangra sua incapacidade em executar (mesmo que maleável) seu dever “dar esclarecimento, um rumo melhor à sociedade”. E almeja dias melhores, condições melhores, políticas melhores. Enquanto nada muda em seu pré-apocalipse, a escola não passa de um lugar assombrado por cientes falhas e seus fantasmas estão armados.      

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