A escola pública exerce vários papéis e suas funções
mudaram ao longo do tempo, de acordo, com interesses políticos e as necessidades
do mercado. A escola enquanto instituição social sempre teve fulcral importância
na formação, aprimoramento e construção de indivíduos, e apesar das boas
intenções de boa parte dos seus agentes educativos, a escola, é um espaço com
sérias falhas em alicerçar o pensamento crítico, a autonomia e a cidadania.
A escola pública morre a míngua, professores fazem o
que podem com prédios sucateados, escassez de material, salas lotadas, alunos
desinteressados, remuneração inadequada, falta de inovação e baixo investimento
do próprio sistema gerencial (município, Estado e Federação), períodos de
trabalho exaustivo, competindo com um mundo muito mais interessante e promissor
do lado de fora dos muros e que ilusoriamente finge não exigir tanto esforço. A
aprendizagem para muitos alunos perdeu o sentido de mudança neste tempo midiático
e instantâneo, deixou de ser uma ponte para melhores condições, sorvendo aspectos
puramente assistencialistas, de depósito, de ridicularizarão e sem propósito,
fatores que acarretam em profundos problemas.
Como se não bastasse, a escola refém agora é o alvo de
expurgo dos novos e antigos demônios internos habilitados e dotados da
capacidade de cometer graves injúrias contra a integridade física e emocional
dos ali inseridos. A escola, teoricamente, deveria dispor à comunidade cidadãos
esclarecidas e capazes de mudar seu meio, porém, devido a sua situação constrangedora
e enferma, ao invés, de ser austero pilar é pálido espectro que mal se sustenta,
e que regressa a si a partir do seio igualmente doente da sociedade: indivíduos
sem razão especifica, maltratados ou mal diagnosticados enquanto estiveram no
seu cerne, para matar futuros, professores, o mal em si.
A escola pública poderia ser alvo para objetivos de
vida, contudo, sangra sua incapacidade em executar (mesmo que maleável) seu
dever “dar esclarecimento, um rumo melhor à sociedade”. E almeja dias melhores,
condições melhores, políticas melhores. Enquanto nada muda em seu pré-apocalipse,
a escola não passa de um lugar assombrado por cientes falhas e seus fantasmas
estão armados.