Abel Odone perde a esposa Christina e a filha
Lea de apenas dois anos em um trágico acidente de carro; a dor assola-o por
três meses; sem uma visão de futuro e de recomeço, Abel acaba por tirar a
própria vida na tentativa de findar com o sofrimento. O que ele não contava era
que após funesto ato acordaria em seu velório preso ao seu corpo carnal tomando
consciência de tudo o que seu suicídio causou, à aqueles que amava.
Ainda em seu velório Abel vê aos pés do seu
caixão uma misteriosa entidade. Esta aparição desconhecida revela ser a própria
morte. Depois de um breve momento de conversa; Abel entra num acordo com a
Morte. Selado o pacto a Morte levara-o por uma viagem através do tempo e espaço,
numa jornada que carregara Abel por algumas das grandes tragédias da humanidade
como: A Queda do World Trade Center,
O Holocausto, A Detonação da Bomba de Hiroshima, A Guerra do Vietnã, O Sismo de
Lisboa, O Grande Incêndio de Londres, Césio 137 em Goiânia, O Tsunami no Japão, A Fome na Somália, entre
outros.
Entretanto de acordo com que a viagem
avança coisas estranhas começam a acontecer. Abel se vê dentro de uma verdade muito
maior do que ele poderia imaginar, para piorar, suas lembranças da vida humana
começam a desaparecer enchendo-o de terror. Contraditoriamente enquanto as suas
memórias são apagadas lentamente, Abel começa a descobrir mais e mais coisas
sobre o seu passado e sua relação com a entidade-morte, ela será uma condutora
de almas ou um anjo da guarda? Abel não saberá diferenciar. Tudo ao redor de
Abel começa a desmoronar incluindo ele mesmo. Lições de vida e morte serão
reaprendidas em meio a dor humana.
Abel
na companhia da adorável entidade enigmática descobrirá que existem muito mais
coisas entre vida e morte do que sua vã filosofia poderia supor, enquanto vivo.
O final da viagem culminará no julgamento de Abel pelas Senhoras do Carma que
analisaram suas atitudes durante a sua epopeia pós-morte e, decidirão seu
destino: ser absolvido do seu pecado final ou passar toda a eternidade
condenado ao seu corpo carnal até a última célula deixar de existir acorrentado
a uma única lembrança: ter cometido suicídio.